quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O QUE É JORNALISMO?

Para Eugênio Bacc," nós
vivemos no Brasil uma presunção de que o jornalismo se aprende na prática. Irmã
gêmea dessa presunção é a arrogância, que muitas vezes impede o jornalista de
estar aberto a outras visões, o que o leva a um anti-intelectualismo." Nós ,
os almofadinhas da academia , somos vistos como vilões nas salas de redações
Brasil afora. Anos a fio tentamos nos livrarmos dessa visão caduca e hermética
que assola a supremacia técnica.
Aqui na terra dos monxorós , esse
debate corre solto por detrás dos olofotes. Primeiro gostaria de
destacar um ponto crucial a despeito desse fato , quiçá a história
desmereça meus humildes comentários. Desconheço na terra, no espaço,
em metros quadrados, um lugar em que haja mais
pseudo-jornalistas do que neste solo, ainda que seja entregador de
jornais em sinais de trânsitos , colunista de fim de semana a
locutor de rádio em fim feira , todos , sem excessão , são
auto-intitulados de jornalistas , inclusive eu, almofadinha.
O "chiz" da questão é o seguinte fato :
qualquer um , sem distinção de sexo , cor, religião, time de futebol, escola se
samba, qualquer um pode atuar como comunicador neste país sem ter
a necessidade de um diploma , pode fazer de tudo, inclusive
escrever.
O debate é acalourado. Alguns dizem que é
injusto deixar profissionais do mais alto escalão fora das universidades , então
se criaria um curso técnico para enquadrá-los dentro desse mercado competitivo
da comunicação. Mas se é pra ser justo , seria justo pra nós que
passamos anos a fio dentro de uma universidade? seria justo para
os demais profissionais que não tem o direito de estudar como
deveriam? seria justo, acima de tudo , para a profissão?
como diria meu amigo zenóbio oliveira:
"prego batido, ponta virada."

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

" VIDA DE BOTAFOGUENSE"

Por todos os lados havia gente , ele
alheio a tudo , permancia extático aos transeuntes ensandecidos. O homem que
usava de óculos escuros , ficava parado olhando o lento movimento das andorinhas
migrantes que , dizem , vir da regiões Andaluz. Toda essa quietude o equiparava
as estátuas que enfeitavam as praças.
O engraxate , o cobrador , o flanelinha ,
o bancário , todos, sem excessão o comprimentavam diariamente como se fosse uma
obrigação. Era essa a visão que eu tinha de seu Antenor. Lia todos os matutinos,
vespertinos os panfletos lhes lançado as mãos aos montes. Seu Atenor era assim
um homem sem exageros nem gestos grossos. Cada palavra proferida parecia que era
meticulosamente planejada , verbalizada, empantufada.
Na minha meninice , eu me perguntava quem
poderia ser tão bom como seu Antenor. Ele dava notícias sobre seu grande
Botafogo , do meu amado tricolor , e do odiado corinthians. Falava quem seria
contradado, quem estava machucado, quem era o novo idolo da amarelinha. seu
Antenor me dizia;
" se maradona tivesse nascido com as
pernas tortas seria a encarnação de garincha e se tivesse nascido com assas ,
seria a encarnãção do demônio".
seu Antenor só não gostava de argentinos
, soldado de polícia, e de corintianos.
dizia ele ; " eles são todos iguais , se
tem culpa não mostra a cara e se tem cara não mostra a culpa . são sempre
ladrões, ladrões..."
A convivência com seu Antenor não me
transformou em botafoguense, mas peguei a mesmissíma xenofobia aos tipos acima
citado.
Quando seu antenor morreu , pensei ele
subindo de óculos no céu . Parava na porta e dizia" não entro se não tiver banco
de praça , um matutino. e se não tiver corintiano ai sim, isso seria um céu".